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Somos um conjunto de amigas com interesses comuns, ainda estamos a pensar quais, depois actualizo isto!
Há umas mulheres que escrevem na net e nos mostram como dizer uma coisa e o seu contrário num só parágrafo de tal forma que o leitor incauto chega ao fim do texto e não percebeu patavina daquilo que leu. Como exemplo poderia ser o parágrafo seguinte.
"Esta tem sido uma semana de emoções fortes e contraditórias. O caminho tem-se feito caminhando, mas sempre dando conta do recado, tentando sempre rodear-me das pessoas que me amam e que eu mais amo porque sem elas nada disto faria sentido e só faz sentido porque elas estão comigo e fazem-me sentir a pessoa mais sortuda do universo. A verdade é que a vida se faz por ciclos e se ontem tudo parecia descarrilar hoje o sol brilhou e está tudo mais bonito e verdejante com uns apontamentos de cor que nos aquecem a alma e aligeiram o coração. E isto porque a vida ou o próprio destino se encarrega de nos mandar sempre as respostas certas mesmo que por vezes não sejam aquelas que esperaríamos que fossem. É assim que o mundo volta à sua serenidade depois de pequenas tempestades que temporariamente nos toldaram a visão e nos fizeram pôr em causa muitas coisas que hoje já voltaram aos seus devidos lugares e às quais damos muito mais valor depois de tudo pelo que passámos. Temos que aceitar, ser humildes e voltar a olhar para a vida como se fosse pela primeira vez, como uma criança acabada de nascer e que abre os olhos e vê o rosto da sua mãe pela primeira vez e ambas sabem que começa ali uma jornada cheia de desafios mas também repleta de alegrias e vivências em família que as irão tornar pessoas melhores e mais fortes." Irra que nervos!!!
Não digo que algumas mulheres não sintam necessidade de extravasar o seu lado poético-fofucho e vai de encher páginas e páginas de lugares comuns e expressões de nos levar ao vómito (por favor nem me falem da tranquilidade que nasce depois do caos!) mas eu que sou uma pessoa que gosto de perceber as coisas leio aquilo tudo e fico sem perceber o que se passou com a fulana! Parece que faltam ali pontos nos i’s e eu quero saber porque é que a coisa descarrilou! Imagino logo que foi a criancinha que lhe deu um fanico e vomitou-se toda para cima dela depois de ter passado duas horas e tal a maquilhar-se e a transformar-se em borboleta qual crisálida que sai do casulo e assim que dá o primeiro voo da manhã, pumba, leva com um jacto de vómito verde em cima e claro que com uma camada de dejectos dessa natureza nas trombas uma pessoa não vê nada, nem luz nem cor nem sol nem porra nenhuma! Mas depois de um bom banho é natural que a pessoa se sinta melhor e veja a vida com um olhar renovado, quanto mais não seja tudo lhe parecerá mais limpo e bem cheiroso a não ser que a criança se vomite toda novamente e é talvez daí que lhe venha a vontade de escrever sobre ciclos.
É que há vezes em que a gente tá muito bem contente da vida a pensar que está um dia bonito de sol sim senhora e depois vem uma criancinha ou um cão e dá-lhe uma caganeira daquelas que sai de esguicho por todo o lado e aí garanto que é uma explosão de cor como nunca se viu igual! É isto, gostava que essas mulheres escrevessem assim, isto é que era mostrar a alma aos leitores que as seguem, dizer preto no branco que a vida é uma merda com todas as letras porque apanharam o marido agarrado à melhor amiga, numa pose que não deixa margem para dúvidas, e isso é o fim do mundo tal como o conhecem! Mas é só naquele momento porque no dia seguinte estão elas agarradas ao marido da melhor amiga ou quem sabe à irmã do seu próprio marido e vingam-se e veem-se e cada vez que têm um orgasmo gritam “filho da p... que me fod... os cornos, agora é a minha vez e quem ri por último ri melhor!” Como podem ver eu até não sou contra o uso de lugares comuns, desde que se perceba o contexto!
Talvez o mal seja meu, sou demasiado descritiva assumo-o. Quando a Micaela vai e pega numa brasileira e a leva a dar umas voltas eu imagino logo o que estão a fazer e se me pedirem para contar eu digo tudo, porque sei bem o que ela gosta de fazer às brasileiras e também sei por experiência própria que algumas delas não se fazem rogadas e viram-se do avesso e vão e fazem-nos o mesmo a nós. Só não ponho tudo aqui escarrapachado porque depois vem a Cátia e diz que eu tenho uma mente perversa e em vez de estar aqui a contar as badalhoquices da Micaela com as brasileiras devia mas era estar a procurar ideias que nos pudessem tirar deste buraco onde vivemos. Não estamos propriamente aflitas, lá está, a vida é madrasta mas pelo menos temos um tecto por cima das nossas cabeças e por enquanto ainda se vai vivendo menos mal, muito graças à Zefa e aos seus conhecimentos nos estabelecimentos comerciais aqui da zona. Há sempre um ou outro que nos vai facultando um petisquinho e entre as massagens que a Cátia vai fazendo e o dinheirinho da baixa dá para vivermos, isso dá. Não temos é luxos mas eu não sou pessoa de grandes devaneios.
Essas outras mulheres enchem os blogues de fotos de sítios maravilhosos e fantásticos e eu por mim queria era uma barraquita perto da praia de preferência no Brasil porque estou farta deste tempo frio e húmido da serra, isto faz-me mal aos ossos e isso como toda a gente sabe tende a piorar com a idade. Os ciclos da vida são muito bons para quem escreve sobre nada, porque nós aqui na Rinchoa sabemos bem que não há cá ciclos nenhuns, caminhamos todas para velhas e nota-se!
Chegou a altura de falar de coisas mais íntimas até porque estava aqui a navegar na net e vi um texto sobre tipos de pardalecas e achei ora aí está uma coisa sobre a qual me posso pronunciar com conhecimento de causa. A pardaleca é assim um tópico que se evita por causa do pudor e porque as mulheres são todas muito púdicas à primeira vista porque depois de alguma conversa vai-se a ver e algumas são umas grandes malucas, nem todas claro porque há uma categoria que eu nem vou mencionar na minha lista que são as frígidas que são aquelas que não sentem nada nem que seja à força de marteladas.
As pardalecas têm donas mas às vezes não têm nada a ver com elas, a gente vai à espera de uma coisa e sai outra completamente diferente e é essa a beleza da coisa, se bem que na grande maioria das vezes a coisa não corre lá muito bem que é o mal de quem gosta de se guiar pelas suas expectativas como eu.
Haveriam muitas mais categorias para incluir mas agora não tenho tempo porque tenho que ir arrumar as traquitanas no calhambeque para regressarmos à Rinchoa antes que a tia Hermínia volte à carga e me venha aqui aspergir o portátil com água benta que até estou com medo que a máquina não resista a tanta benção!
Começo esta rubrica de coisas giras da net com este artigo sobre perguntas que as pessoas fazem sobre sexo lésbico se bem que confesso que algumas destas nunca tinha ouvido antes, é o que dá a gente morar na Rinchoa que aqui ninguém percebe nada destas coisas e o mais que nos perguntam é porque é que andamos sempre juntas que até parece que fazemos parte dum culto e eu o melhor é nem dizer que criei o Clube Safo porque se não vão pensar que isto é tipo a IURD e ainda nos fazem fila à porta para se virem inscrever.
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